terça-feira, 2 de novembro de 2010

Anjos


Ela acreditava em anjos, e porque acreditava, eles existiam.
Clarice Lispector













Como Clarice acredito nas coisas e sei que elas existem, os anjos nos rodeiam de varias formas, mas estamos com tanta pressa no nosso dia-a-dia que não os vemos, mas se pararmos e olharmos pra dentro de nós mesmos, veremos um mundo que ate o momento não conheciamos, tai uma coisa pra se parar e refletir.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Primavera


Primavera

As nuvens negras vão indo
O sol brilha um pouco mais
A chuva ja passou
E as flores...
As flores nascem nas suas belezas incessante
Com cores e formas diferentes
Com aromas suaves e doces
Anunciando mais uma estação que chegou
Bem vinda primavera.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Um minuto de reflexão


VISÃO DE ADULTO... VISÃO DE CRIANÇA...

Éramos a única família no restaurante com uma criança.
Eu coloquei Daniel numa cadeira para crianças e notei que todos estavam tranqüilos, comendo e conversando.
De repente, Daniel gritou animado, dizendo: 'Olá, amigo!', batendo na mesa com suas mãozinhas gordas.
Seus olhos estavam bem abertos pela admiração e sua boca mostrava a falta de dentes.
Com muita satisfação, ele ria, se retorcendo.
Eu olhei em Volta e vi a razão de seu contentamento.
Era um homem andrajoso, com um casaco jogado nos ombros, sujo, engordurado e rasgado.
Suas calças eram trapos com as costuras abertas até a metade, e seus dedos apareciam através do que foram, um dia, os sapatos.
Sua camisa estava suja e seu cabelo não havia sido penteado por muito tempo.
Seu nariz tinha tantas veias que parecia um mapa.
Estávamos um pouco longe dele para sentir seu cheiro, mas asseguro que cheirava mal.
Suas mãos começaram a se mexer para saudar.
'Olá, neném. Como está você?', disse o homem a Daniel.
Minha esposa e eu nos olhamos:
'Que faremos?'.
Daniel continuou rindo e respondeu, 'Olá, olá,amigo'.
Todos no restaurante nos olharam e logo se viraram para o mendigo.
O velho sujo estava incomodando nosso lindo filho.
Trouxeram a comida e o homem começou a falar com o nosso filho como um bebê.
Ninguém acreditava que o que o homem estava fazendo era simpático.
Obviamente, ele estava bêbado.
Minha esposa e eu estávamos envergonhados.
Comemos em silêncio; menos Daniel que estava super inquieto e mostrando todo o seu repertório ao desconhecido, a quem conquistava com suas criancices.
Finalmente, terminamos de comer e nos dirigimos à porta.
Minha esposa foi pagar a conta e eu lhe disse que nos encontraríamos no Estacionamento.
O velho se encontrava muito perto da porta de saída.
'Deus meu, ajuda-me a sair daqui antes que este louco fale com Daniel', disse orando, enquanto caminhava perto do homem.
Estufei um pouco o peito, tratando de sair sem respirar nem um pouco do ar que ele pudesse estar exalando.
Enquanto eu fazia isto, Daniel se voltou rapidamente na direção onde estava o velho e estendeu seus braços na posição de 'carrega-me'.
Antes que eu pudesse impedir, Daniel se jogou dos meus braços para os braços do homem.
Rapidamente, o velho fedorento e o menino consumaram sua relação de amor.
Daniel, num ato de total confiança, amor e submissão, recostou sua cabeça no ombro do desconhecido.
O homem fechou os olhos e pude ver lágrimas correndo por sua face.
Suas velhas e maltratadas mãos, cheias de cicatrizes, dor e trabalho duro,suave, muito suavemente, acariciavam as costas de Daniel.
Nunca dois seres haviam se amado tão profundamente em tão pouco tempo.
Eu me detive, aterrado. O velho homem, com Daniel em seus braços, por um momento abriu seus olhos e olhando diretamente nos meus, me disse com voz forte e segura:
'Cuide deste menino'.
De alguma maneira, com um imenso nó na garganta, eu respondi: 'Assim o farei'.
Ele afastou Daniel de seu peito, lentamente, como se sentisse uma dor.
Peguei meu filho e o velho homem me disse:
'Deus o abençoe, senhor. Você me deu um presente maravilhoso'.
Não pude dizer mais que um entrecortado 'obrigado'.
Com Daniel nos meus braços, caminhei rapidamente até o carro.
Minha esposa perguntava por que eu estava chorando e segurando Daniel tão fortemente, e por que estava dizendo:
'Deus meu, Deus meu, me perdoe'.
Eu acabava de presenciar o amor de Cristo através da inocência de um pequeno menino que não viu pecado, que não fez nenhum juízo; um menino que viu uma alma e uns adultos que viram um montão de roupa suja. Eu fui um cristão cego carregando um menino que não o era.
Eu senti que Deus estava me perguntando:
'Estás disposto a dividir seu filho por um momento?', quando Ele Compartilhou Seu Filho por toda a eternidade.
O velho andrajoso, inconscientemente, me recordou:
Eu asseguro que aquele que não aceite o reino de Deus como um Menino, não entrará nele.' (Lucas 18:17).

domingo, 12 de setembro de 2010

Então, o fim!


Na boca do dragão
Sinto o vazio da solidão
Que me envolve e me sufoca
O hálito quente da morte
Que me aguarda em silencio,
Por um segundo eu sei que vou morrer
Mas não tenho medo
E sim a espero
De braços e alma abertas
Como uma presa que se delicia
Com os dentes do seu predador
Descendo centímetro por centímetro
Milímetro por milímetro
Em sua carne
Sentindo o hálito quente do predador
Em seu pescoço
Sentindo a vida ir embora
Gota por gota
Ate que não te reste mas nada
A não ser
A escuridão
O vazio
A solidão.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

"Amar e só Amar"


Nas minhas eternas indecisões do que darei para vocês lerem dessa vez, tive uma luz, uma luz da minha querida e amada filha (Rafaela) fã de literatura, a mesma lia o mesmo livro que eu, ela me disse que se eu queria falar de amor de uma forma diferente, acharia legal colocar esse trecho do livro “O Aleph”.

Então em homenagem a minha filha, vamos falar de amor.

“Eu te amo como um rio, que cria as condições para que a vegetação e as flores cresçam por onde ele passa. Eu te amo como rio, que dá de beber a que tem sede e transporta as pessoas ate onde elas querem chegar.
Eu te amo como um rio, que entende que precisa correr diferente em uma cachoeira e aprender a repousar em uma depressão do terreno. Eu te amo porque todos nascemos no mesmo lugar, da mesma fonte, que continua nos alimentando sempre com mais água. Assim, quando estamos fracos tudo que precisamos fazer é aguardar um pouco. Volta a primavera, as neves do inverno derretem e tornam a nos encher de nova energia.
Eu te amo como um rio que começa solitário e fraco em uma montanha, aos poucos vai crescendo e se unindo a outros rios que se aproximam ate que, a partir de determinado momento, pode contornar qualquer obstáculo para chegar aonde desejo.
Então, eu recebo seu amor e lhe entrego meu amo. Não o amor de um homem por uma mulher, não um amor de um pai por uma filha, não o amor Deus por suas criaturas. Mais um amor sem nome, sem explicação, como um rio que não consegue explicar seu percurso, apenas segue adiante. Um amor que não pede e que não dá nada em troca, apenas se manifesta. Eu nunca serei seu, e você nunca será minha, mas mesmo assim posso dizer: eu te amo, eu te amo, eu te amo."

Livro: O Aleph
Autor: Paulo Coelho
Pag.: 202
Editora: SEXTANTE